Varanda

Enfim havia chegado naquela mansão. Eu estava sonhando com ela ultimamente, e com um garoto, que provavelmente morava aqui. Era estranho vê-la enfim. Era como sonhar acordada. De todo modo, o próximo passo era encontrar o menino. Talvez estivesse dentro da casa, então fui me aproximando. Quando percebi, lá estava ele, sentado na varanda, pensativo. É, era isso. Porém quando percebi, um outro garoto estava quase em cima de mim, praticamente me jogando longe. Ei! Olha onde anda! Falei ajeitando-me. Suspirei e olhei-o enfim. Até que era um tanto bonitinho. Pra que essa pressa? E, poderia me ajudar a entender esse lugar?

O menino fujão fizera a pergunta chave. Porém, o jeito que ele olhava não só para o outro, mas para mim também dava a impressão de que ele também queria uma explicação vinda de mim. Ora, eu acabei de chegar aqui vou dizer algo?! Apenas suspirei e olhei para o outro, o dos meus sonhos. Cruzei os braços. Pergunto o mesmo.

Ouvi atentamente o que ele dizia. Fiquei pensando quem seriam eles, mas logo percebi que esse seria um assunto a tratar mais tarde. Porém, não posso negar que fiquei um tanto surpresa com a reação do outro. Assim que ele se virou, soltei: Por que ir? Se esse lugar é tão escondido assim, e lá fora é tão perigoso, não sinto um porque se ir. Além do mais... Olhei para o outro ... não quero mais botar fogo em nada nem ninguém por acidente. Preciso controlar isso, se é que pode realmente ajudar.

Estava tudo "normal", até que disse aquilo. Certo, eu não precisava ser nenhum milagre da inteligência humana para saber que aquilo não daria certo. E não deu. Logo o garoto estava de volta, e segurando-o pela camisa. Okay, uma briga não era bem o que eu queria no momento, sendo assim, logo segurei um dos dois, nem vi direito qual, só sabia que o puxava para o outro lado, para separá-los. Ei! Acalmem-se! E fiquei olhando-os. Certo, a atenção para mim era mínima, a coisa era entre eles. Por fim, cruzei os braços e sentei-me em um canto. Quer saber, se matem aí vocês. Tô nem aí. Desde que não me coloquem no meio disso.

Suspirei. Daquele jeito, os dois não teriam mais um mês de vida. Matariam um ao outro. Até que vi a outra chegando, sendo obviamente a irmã de Nathan. Troquei um olhar com ela, e arqueei as sobrancelhas. Bati a mão no chão ao meu lado, e falei: Senta aqui. Vamos ver o show, já que parar esses dois não tem jeito. Dei uma pausa. Aliás, sou Teresa.

☯ Maya Roberts ☯ Aerocinese ☯ Nível 00 ☯
"I guess it's time I run far, far away. Find confort in pain."

Maya ainda estava correndo pelo que acontecera há apenas algum tempo atrás. Minutos, provavelmente. Por fim, chegou a uma mansão, e simplesmente entrou, sem pensar no que isso resultaria. Chegou a um local onde quatro pessoas conversavam. Bem, talvez não fosse exatamente uma conversa. Só depois que entrou e chegou ali que pensou o porquê de ter entrado. Porém não se aguentava mais em pé. Estava cansada, por ter corrido tanto, coisa que nunca faria em sã consciência. Por fim, ao retomar o fôlego, olhou para os quatro. Os dois garotos pareciam prontos para se matarem. Uma das garotas parecia estar interrompendo a briga, e a outra estava sentada, sem se importar, ou pelo menos fingindo não se importar. No estado de cansaço que estava, não notou direito. Acabara de se tornar o centro das atenções. O que está acontecendo? Quem são vocês? Não que seja certo para a invasora perguntar aos moradores quem eles são, pensou.

Uma outra garota chegou. Mais uma para juntar-se ao grupo. Porém, antes que pudesse responder, antes que pudesse pensar, antes de qualquer coisa, pude ver o garoto jogando-se sobre Nathan, e começaram a se teletransportar, em uma quantidade tão grande de vezes e lugares que fiquei até tonta tentando acompanhá-los. E logo estavam em queda livre. Quando percebi soltei um grito não muito alto nem muito longo, mas soltei. Mas logo estavam "em segurança" no chão, teletransportados antes que pudessem se estourar na terra. Assim que chegaram lá, corri até eles, já separando-os e evitando qualquer coisa assim que Nathan o empurrou. Já chega! Falei alto e firme. Só faltam se matar! Parem! Você disse que era pra ajudar a gente, não nos matarmos!

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"I guess it's time I run far, far away. Find confort in pain."

Naquele momento, Maya ficou com raiva. Porque ninguém lhe explicava nada? Foi até os dois, pisando forte. Por fim, parou entre os dois e começou a falar, a voz alta, o ar se agitando ao seu redor. Eu acabei de quase morrer, não faz nenhuma hora. Minha irmã está morta e eu já vi que pelo menos um de vocês tem poderes, e não está se esforçando em esconder isso. Eu fui, de algum modo, atraída para essa mansão. Dá pra alguém começar a agir civilizadamente e me contar o que está acontecendo, sem tentar matar alguém?! Olhou para os dois rapazes alternadamente. Havia algo de histérico em seu tom de voz, assim como ela parecia suplicante. Apesar do que disse, ela ainda não aceitara a morte da irmã, e provavelmente não aceitaria. Ela sabia que não. Não sabia, porém, porque havia gritado. Ela se sentiu mal por ter descontado o que sentia neles. Não tinha nada a ver com aquilo. Por fim, começou a se acalmar, ouvindo a voz de Cassie lhe dizendo em sua mente: Isso era realmente necessário? Vamos, peça desculpas. Maya suspirou, contendo as lágrimas, e abaixou o tom de voz. Desculpem. Só quero saber o que está havendo. Ela queria se encolher e chorar a morte da irmã tranquilamente, pela primeira vez desde que fora caçada. Não somente a morte da irmã. Também queria chorar por estar sozinha; por seus pais terem medo dela; por estar entre pessoas que ela nem conhecia. Porém, se manteve firme, sem se mexer, porém olhando fixamente para baixo, não em gesto de submissão, mas de incompreensão. Estava cansada de usar seus poderes, também. Tudo aquilo era demais para ela. Sentiu, pela primeira vez em toda a sua vida, que iria explodir.